ONG Missão África

25 ago

Outro assunto bem pesquisado por aqui é o Projeto Maputo, do qual participei em janeiro deste ano. Uma nova viagem será realizada em Outubro com equipe médica e pessoas de outras áreas. Doações estão sendo recolhidas e você pode ajudar com qualquer coisa: medicamentos, leite em pó, equipamentos e material de saúde bucal… Quem tiver interesse, basta pesquisar aqui no blog os posts relacionados ao Projeto.

Esta entrevista abaixo contém imagens da nossa viagem, além de informações dadas pela própria organizadora: Dra Juliana. Qualquer dúvida, mande email para missaoafrica@saldaterra.org.br

Faculdade de Medicina… o que encontrar por lá?

5 jul

Finalmente um post voltado para o assunto mais pesquisado por aqui: Medicina. Pensei em alguns temas e achei que falar um pouquinho sobre como é a faculdade poderia ser algo interessante 🙂 Então, que fique bem claro, esse post é a minha opinião sobre a faculdade e mais específico em relação à UFU (Universidade Federal de Uberlândia), onde me formei.

Antes de passar no vestibular, eu não sabia NADA sobre o curso. A única coisa que eu sabia era que queria ser médica e só. Nunca me preocupei em conhecer as matérias, como era a divisão do curso, o que teria que fazer após me formar… Não acho esse conhecimento todo fundamental, mas para quem está em dúvida se realmente quer medicina, saber o que vai encontrar pela frente pode ajudar a se decidir.

Aqui na UFU ainda não foi adotado o currículo novo, ou seja, o curso é dividido em básico (praticamente os 3 primeiros anos) e hospitalar (o restante). Algumas faculdades já adotaram esse novo currículo que visa integrar as matérias: logo no início você vê anatomia cardíaca, já aprende as doenças relacionadas e tem contato com o doente, por exemplo. Meu modelo não foi esse e não posso opinar qual o melhor. Muitos dizem que estudar de forma integrada é a melhor maneira. Bom, por aqui, primeiro vemos as matérias básicas: anatomia, bioquímica, histologia, bioestatística e por aí vai. Confesso que nem parece que fazemos medicina!! Dá um pouco de crise no início do curso, mas depois a gente vai vendo que melhora 🙂 Depois dessa parte “básica”, lá pelo quinto período começamos a ter mais contato com o hospital. As matérias incluem clínica médica e cirúrgica, pediatria, ginecologia e obstetrícia, além de outras. Nesse momento, tendo como base a anatomia, fisiologia do início do curso, a gente vai aprendendo a relacionar os sintomas com os prováveis diagnósticos. Começa o contato com as enfermarias, ambulatórios, pronto-socorro. No meu caso, o  10 e 11 períodos foram de internato. Confesso que é a melhor parte do curso. No início dá um pouco de receio de ficar 100% no hospital, com mais responsabilidades… mas é o momento em que aprendemos mais. Temos algumas aulas teóricas, mas o conteúdo do internato em si se baseia na prática. O 12 período consistiu em aulas teóricas, prática no Hospital do Câncer e estágio em Unidades de Saúde da Família.

Muita gente pergunta se tem que estudar demaaaais, se é possível ter vida social e coisas do tipo. Penso o seguinte: grande parte dos alunos de medicina já tem o costume de estudar bastante. Essa rotina de estudo diário não é bem novidade. Então é assim, tem que estudar muito, se dedicar, mas nada fora do normal ou que você já não tenha feito no pré vestibular. Entenda que essa é minha opinião. Nunca fui bitolada, mas sempre responsável. Aquele desespero e os que só estudam na véspera de prova também existem. Vida social é bem relativo.  Como eu nunca fui muitooo agitada, a faculdade não me impediu de muitas coisas. Mas convenhamos, ninguém fica 100% animado em sair na sexta à noite tendo plantão no sábado logo cedo… São algumas privações, mas quando você faz o que gosta e tem um objetivo maior, isso não se torna um sacrifício.

E depois de formado?! Bem, depois de formado você se encontra na fase que eu estou: estudando para prestar prova de residência. Se preparem, é um novo vestibular. O recém formado pode atuar como clínico, dar plantões, mas para atuar em alguma especialidade (pediatria, cardio, ginecologia, etc) é preciso fazer a residência. As grandes áreas (pediatria, clínica, cirurgia e gineco) tem duração de 2 anos para o curso geral… Você termina e é pediatra geral, por exemplo. Mas se quiser ser pneumo pediatra, terá que fazer mais um tempinho de residência (nova prova para entrar na área) para ser especialista nessa área. É isso, o estudo nunca acaba e as provas de seleção também não :/

Bom, tentei escrever da forma mais clara e resumida possível. Então, quem tiver dúvidas, sugestões de temas, pode deixar por aqui 🙂 Vou voltar aos estudos 🙂

Até!

Um meio

3 jul

O Facebook não é o lugar ideal para se encontrar inspirações, mas esse texto facebookiano ajuda a gente a dar um up nessa rotina de estudos e entender que, às vezes, abrir mão é o meio necessário.

Então, bora estudar, né, pessoal?! Minha rotina de trabalho e estudo para a prova de residência também não está nada fácil… mas vamo que vamo!!

🙂

Quer ajudar na Missão África?!

21 jun

Pessoal, quem quiser contribuir com o projeto que eu apóio, aí estão alguns valores para vocês se basearem, ok?! E mesmo aqueles que não puderem contribuir, favor divulgar esse folder por email ou redes sociais! Muuuito obrigada!

 

 

Missão África

17 jun

Como o prometido, vou tentar finalizar a viagem de janeiro 🙂

A nossa equipe era composta por 2 cardiologistas, 3 pediatras, 2 clínicos, 1 enfermeira, 4 estudantes de Medicina e 1 estudante de publicidade. Éramos de várias partes do país: Uberlândia, Rio de Janeiro, Brasília, Araguari, Goiânia… Em comum, tìnhamos a vontade de ajudar ao próximo e isso foi mais do que o suficiente para nos unir. Já em relação aos medicamentos, levamos o que conseguimos de doação (e que compramos com o dinheiro das doações também!). Tínhamos antibióticos (oral, injetável, tópico), analgésicos (como Dipirona), antiinflamatórios, antialérgicos, vermífugos, vitaminas, anti-hipertensivos e por aí vai. Apesar de termos levado muito, ainda não foi o suficiente. Muitas pessoas foram atendidas e liberadas apenas com orientações (e preservativos, muitos deles!!).

Como atendemos em periferia, grande parte das queixas era relacionada com dor abdominal (provável verminose) e infecções de pele (eles andam muito descalços por não ter sapatos). Muitos casos também de infecções de vias aéreas, cefaléia, lombalgia, cólica menstrual e outros. Como estávamos fazendo um atendimento básico e não tínhamos acesso a exames, tínhamos que tratar tais pacientes com as medicações que tínhamos disponíveis e muita, muita orientação!

Infecções de pele

O trabalho, apesar das dificuldades, foi bastante recompensador. As pessoas que atendemos não tinham muito acesso à informação. Então, qualquer orientação sobre fervura de água ou uso de preservativos já fazia diferença. Dentre as medidas preventivas, ficamos tocados com um episódio: ao orientar uma mãe sobre o soro de reidratação oral (aquele feito com a colherzinha de medida da Pastoral da Criança, com açúcar e sal), ela argumentou que não poderia fazer já que não tinha sal e açúcar em casa. Fiquei bem impactada… nem essas medidas simples (mas que podem salvar uma criança com início de desidratação por diarréia, por exemplo), conseguem ser aplicadas por lá devido à escassez de recursos.

Ouvimos várias histórias que nos chocaram nesses dias… Uma avó relatou que teria para o almoço, e possivelmente como refeição do dia inteiro, uma manga para dividir entre seus netos (acho que eram 4!). Uma casa visitada por nossa equipe estava preparando o almoço que seria uma espiga de millho cozido para toda a família… É, uma realidade bem diferente da nossa!

“Cozinha” de uma das casas visitadas

Um dos membros do nosso grupo compartilhou o seguinte: antes de ir para a África um conhecido fez o seguinte  comentário: será que vocês não estarão tentando tampar o sol com a peneira? E ela respondeu: se eu conseguir tampar um buraquinho da peneira já terá sido o suficiente. E eu concordo, por mais repetitivo que isso seja, que se cada um fizer um pouquinho, já muda a realidade de alguém!

Bom, agora para quem tem interesse em ir à África (Moçambique): está sendo organizada uma nova viagem em outubro! O intuito é fazer essa viagem duas vezes no ano e continuar abençoando as instituiçoes visitadas durante todo o ano (através de doações). O foco principal é a saúde, mas se alguém for de outra área também está convidado. Como muita gente fica do lado de fora dos “consultórios”, sempre é possível fazer palestras, atividades com crianças, bate papo com adolescentes… e pra isso, basta ter só vontade 🙂 Vou colocar o folder aqui abaixo! Qualquer dúvida é só perguntar!

E este é o vídeo divulgado pela Igreja Sal da Terra, uma das instituições que “encabeça” o projeto:

:*

Antes tarde do que nunca!

14 jun

Por incrível que pareça este blog tem seguidores!! Sim, pessoal, apesar da falta de comentários e de posts, tenho recebido alguns emails e inbox pelo facebook pedindo o retorno do blog (fiquei feliz!!). Pelo o que andei vendo por aqui, os que mais acessam são aqueles que estão na luta por uma vaguinha em Medicina 🙂 Então, vou tentar postar mais coisas sobre o curso, vida pós formada e por aí vai.

Quem andou lendo os posts anteriores, viu que eu não terminei o assunto da minha viagem à África, né?! Vou preparar mais um post sobre isso e depois retorno com temas mais específicos de Medicina. Aliás, quem estiver cursando ou já seja formado médico e tenha interesse em ir à África com o grupo que eu fui, irei divulgar os contatos e informações sobre a viagem neste próximo post!

Então, aguardem!!

 

“Não tinha teto, não tinha nada…”

5 fev

Depois do dia de folga, foram 6 dias intensos de trabalho. Acordávamos cedo, tomávamos um café da manhã reforçado e, depois de algumas horas de trânsito, já estávamos atendendo. Os locais de atendimento eram em igrejas da periferia. Atendemos em duas igrejas ainda em construção… Nem teto tinham… O jeito foi improvisarem com lonas para nos proteger do sol e, depois, da chuva.

Igreja em construção! Esse dia choveu e a lona ajudou um pouquinho...

Outra igreja. Dessa vez tinha teto, mas era bem precária.

Outra igreja em construção. Pacientes aguardando atendimento e assistindo palestra.

Os medicamentos que recebemos de doação, como já havia dito, foram levados em malas. E era assim que íamos atender. Na noite anterior aos atendimentos, separávamos a quantidade de determinados remédios para levar, além de separá-los por tipo em umas sacolinhas. Tínhamos a mala da pediatria, da clínica, de curativos e injetáveis, de doações em geral. Outro item que levamos foi leite em pó! Assim, enquanto aguardavam atendimento, os pacientes recebiam leite. Foi uma idéia maravilhosa, pois aquela seria a única refeição do dia de muitos…

"Farmácia" disputada

Separando as medicações...

Leite preparado nos atendimentos.

Antes de serem atendidos, os pacientes passavam por uma triagem. Assim, eram separados aqueles que realmente precisavam de consulta. Eram pesados e medidos. Também fizemos uma espécie de “prontuário”, onde anotávamos a queixa principal, exame físico e conduta. Nesse mesmo papel havia um relatório com perguntas como: ultima vez que foi ao medico, quantas vezes come carne por semana, se a água é fervida antes de beber e por aí vai. As respostas eram bem fora da nossa realidade. A maioria das pessoas fica mais de um mês sem comer carne (as vezes, comem peixe), alguns fazem apenas uma refeição por dia, a água é retirada diretamente da torneira sem ser fervida e alguns pacientes (quase com 40 anos) nunca haviam ido ao médico.

No próximo post, vou comentar o que mais vimos (doenças/ dia a dia da comunidade), os medicamentos que levamos e por quem nossa equipe era formada.

Kanimanbo xiquembo katequise! (Deus os abençoe )

Obs: fotos de Camilla Santos

Day off em Maputo

1 fev

Depois de uma noite mais agradável (coloquei a beliche embaixo do ventilador de teto), tomamos um café da manhã caprichado! Um dos médicos do grupo, Rodrigo, resolveu assumir a cozinha e fez omelete com pão na chapa. Esse foi nosso menu matinal durante toda a estadia! Bom demais! Já sinto falta! Antes de sair de casa, sempre passávamos bastante repelente. Fomos orientados a usar o Exposis, que é mais indicado para repelir o mosquito da malária.

E lá estava Agostinho nos esperando. Era nosso único dia de folga em Maputo e também aniversário da Thaís, outra integrante do grupo. Estávamos bem animados. Fizemos um city tour pelo centro e descemos em alguns locais. O centro de Maputo não é muito bonito, assim como a periferia. Tudo bem cinza e antigo. O que dá cor para aquela cidade são as pessoas, principalmente as mulheres. Sempre com saias e lenços bem coloridos.

Vou fazer uma listinha dos locais que visitamos:

  •  Museu de história natural: pagamos 50 meticais (moeda de Moçambique); lá tem os animais típicos da fauna africana em tamanho real e até fetos de elefantes em diferentes idades gestacionais. E o melhor: wi fi!

Entrada do Museu

Elefantinhos

  •  Feira de artesanato: é uma loucura! É óbvio que eles identificaram de longe que éramos estrangeiros… E quando descobriram que éramos brasileiros… Era “amigo brasileiro” sendo falado para todos os lados. Eles tem bastante peças de esculturas com motivos regionais, assim como telas,tecidos, caixinhas e outras lembracinhas. A questão por lá é que tem que saber negociar! Eles cobram valores bem altos e, depois da pechincha, o produto sai por menos da metade do preço. E se você desiste de comprar, eles te seguem o tempo todo e falam para você dar o preço que o produto vale. É bem divertido. Na hora de entrar na van, eles ficam todos aglomerados na porta com seus produtos na mão. É até meio perigoso, mas gostamos muito de lá.

Artesanato

Artesanato

Tumulto na saída

  • Orla e restaurante Sagres: a orla não é muito bonita. Pra quem conhece as praias do Brasil, o padrão de beleza sobe um pouco 😉 O tempo estava um pouco nublado, o que não ajudou muito. O oceano que banha Maputo é o Índico e foi bem diferente estar diante dali. O restaurante em que almoçamos ficava em frente ao mar. A maior parte de nós optou por camarões. Eles eram enormes apesar de ser o tamanho médio. Um pouco oleosos, mas saciou a fome 😉

Oceano Índico

Camarões médios. Ainda tem os grandes e os gigantes!

  •  Forte: para entrar no Forte não precisa pagar, mas eles sugerem uma oferta no final da visita. Estava tendo uma exposição de um artista conhecido no país (adorei porque as salas tinham ar condicionado 🙂 ). Havia algumas balas de canhões e uma área mais alta com vista para os arredores. Como o porto fica em frente, não dá para ver o mar. O forte fica em frente à feira de artesanato e próximo ao shopping.

Forte

Forte

Paramos em outra feira de artesanato e demos uma volta num bairro melhor, onde fica a casa de Nelson Mandela em Maputo (ele é casado com uma moçambicana). Não tiramos fotos pois Agostinho nos orientou a não fotografar nada “oficial”. Depois de um dia de passeio, algum tempo na fila do banho e mais uma “passada” de repelente, fomos dormir. Os próximos dias seriam só de atendimento, nada de folga!

😉

Arco Íris em Maputo

1 fev

O fuso horário nos confundiu um pouco… Era para acordamos às 6:30, mas às 5:30 parte de nós já estava de pé (incluindo eu). Foi ótimo porque deu para tomar banho depois daquela noite escaldante. No horário combinado, Agostinho chegou… Colocamos as coisas na van e fomos tomar nosso café da manhã em uma loja de conveniência. Ali, ainda comendo, aprendemos algumas palavras que usaríamos durante toda viagem. Em Maputo, fala-se português “de Portugal”, mas o que predomina são os dialetos, principalmente Xangana. Aprendemos algumas palavras e expressões  😉

Bom, depois do café fomos conhecer a base da Jocum de Maputo. A Jocum é uma organização cristã que nos deu muito apoio durante a viagem. No caminho, uma paradinha em frente a um local de “medicina tradicional”. Esse tipo de “medicina” é muito comum por lá… Como o acesso ao serviço de saúde é difícil e a cultura das tribos é forte, eles recorrem a esses curandeiros que prometem resolver tudo! O problema é que eles afirmam que a  dor de cabeça do paciente é devido à inveja que a mãe sente, por exemplo. E isso acaba gerando muita intriga nas famílias.

Entrada de um centro de "Medicina Tradicional"

Depois de passarmos na Jocum, partimos para o local em que faríamos o atendimento. Demoramos bastante para chegar, assim como em todos os dias. O trânsito em Maputo é péssimo. O transporte público praticamente não existe e as pessoas utilizam vans ou “chapas” (se aglomeram nas carrocerias de caminhonetes). É caótico!

Trânsito em Maputo. O caos!

Enfim, chegamos ao ministério Arco Íris, que era nossa programação do dia. Ele é mantido através de doações, incluindo de um ministério dos EUA e trata-se de um local que conta com orfanato, escola, padaria própria, salão de beleza e sala de costura, sendo esses últimos com intuito de treinar a população local. Na parte da manhã, atendemos os adultos que vieram da comunidade e, à tarde, as crianças. Graças a Deus, conseguimos bastante doações! Assim, foi possível tratar desde verminoses à hipertensão. Os que nao estavam doentes recebiam ao menos uma escova e pasta de dentes, além de algumas orientações. Enquanto atendíamos, parte da equipe fez algumas atividades com as demais crianças. Teve mágica, música, dança, palestra sobre escovação… Dava pra ouvir o barulho lá do nosso consultório. Almoçamos lá mesmo, sendo que a comida foi preparada pela esposa do pastor, chamada Raquel. A história deles nos marcou muito, pois eles (Jessé e Raquel) moram ali na região há mais de uma década, quando não havia nem energia elétrica. Sao muito amorosos com todos e fica claro o amor deles por essa nação. Jessé nos recebeu ainda com os pés na areia e foi colocar os sapatos para apresentar o projeto a nós, visitantes. Foi muito gratificante poder ajudar aquele povo. O acesso à saúde é muito complicado, então qualquer ajuda é válida.

Salas de aula do ministério Arco Íris

Aguardando atendimento

Triagem

Após terminarmos o atendimento, fomos lanchar no shopping de Maputo e, pra felicidade dos viciados, encontramos um ponto grátis de acesso à internet. Também compramos créditos da empresa Vodacom, telecomunicações local. Foi assim que mantínhamos contato com o Brasil: internet e celular. Terminamos o dia com uma reunião avaliando o que tínhamos feito até o momento, mas antes pudemos acompanhar um ensaio de um coral de cristãos africanos na igreja do seminário em que estávamos hospedados! Foi maravilhoso!

(…)

Aí está o link da reportagem que foi veiculada pela imprensa de Uberlândia falando sobre nossa viagem:

Reportagem sobre Projeto Maputo

até 🙂

Obs: fotos de Camilla Santos (integrante do grupo)

Mozambique

28 jan

“I like to spend some time in Mozambique, the sunny sky is aqua blue…”  (Bob Dylan)

No meio do ano passado recebi uma notícia que mais parecia uma oportunidade de realizar um sonho: uma médica de Uberlândia iria para a África com um grupo de estudantes para realizar trabalho voluntário.  Fiquei louca! Várias ligações, pesquisas e… não deu certo. Havia acabado de começar no meu emprego e não iria conseguir liberação para ficar mais de uma semana fora. Confesso que fiquei beeeem chateada! Mas confiei… um dia daria certo.

Alguns meses se passaram e começou tudo de novo 🙂 Uma nova equipe estava sendo formada, dessa vez com vários médicos, estudantes de medicina, enfermeira e outros profissionais não ligados à área da saúde. O destino seria o mesmo: Moçambique, na capital Maputo. Já fui avisando no meu serviço que iria de qualquer forma e, desde outubro, meu assunto foi praticamente esse: a viagem para Maputo 🙂 Vários emails trocados com pessoas que eu só conhecia por nome… E emite passagem, cancela hotel, reserva alojamento, pede doação,  toma vacina… a viagem chegou! Preparei a mala, coloquei minhas ferramentas de trabalho na mochila (esteto, esfigmo, otoscópio e por aí vai) e fui pro aeroporto. Lá conheci alguns dos quais havia falado por email e, depois de uma oração e algumas lágrimas, partimos pra Sampa.

Uberlândia, Congonhas, Guarulhos… No aeroporto de Guarulhos, mais uma parte da equipe. O volume de malas foi aumentando… Tínhamos cerca de 10 carrinhos carregando nossa bagagem, já que levamos as doações nas malas. Era até engraçada a cena. A fila andava e lá íamos nós, empurrando aquele tanto de bagagem. Na hora de pesar as malas, mais um desafio: excesso de peso. E tivemos que distribuir as coisas, levar algumas como bagagem de mão… tudo isso no chão, em frente ao check-in. Mas deu certo.

Aeroporto de Guarulhos

E depois de algumas horas: aeroporto de Johannesburg, África do Sul. E mais uma horinha: Maputo, Moçambique! Fomos recebidos por um representante da embaixada e, graças a Deus, toda a bagagem havia chegado e não seria preciso passar por inspeção. Foi um milagre. Quilos de antibióticos, anti-hipertensivos e mais medicações entrando em um país como Moçambique, sem problemas. Deus havia ido à frente.

Aeroporto de Maputo. Olha o tanto de bagagem!

Nosso motorista, Agostinho, já estava nos esperando. Ele se tornou membro da equipe! Até teatro fez… mas isso é outra parte da história. Partimos para nosso alojamento. Ficamos hospedados na periferia da cidade, no Seminário da Igreja do Nazareno. Ao entrarmos na casa, senti que a noite não seria boa: um calor terrível. Acho que havia algum tipo de isolamento no telhado, não tem explicação. Tomamos banho (um banheiro para cerca de 15 pessoas) e fomos dormir. Na verdade, não dormi! O suor escorria no meu rosto e foi ficando insuportável. Quem me conhece sabe que não aguento lugar abafado. Fiquei torcendo pro sol aparecer logo e levantarmos…

Um banheiro pra todo mundo! Ficava sempre alagado após os banhos 🙂 E não tinha um ralo!

Meu quarto. Detalhe pro mosquiteiro. Lá a malária é muito frequente.

Amanheceu em Maputo! E vamos lá pro primeiro dia! (continua…)

Obs: Crédito das fotos para todos os integrantes do grupo :p